A Associação Mineira de Reabilitação (AMR) recebe, no dia 18 de setembro, de 14h às 16h, a abertura do 5º Encontro Nacional de Capoeira Angola. Realizado pelo Grupo Iuna, o evento irá promover seminários, oficinas e rodas de capoeira, reunindo capoeiristas, artistas, estudiosos, comunidades, estudantes e interessados de todo o Brasil em discussões acerca do tema.

Na AMR, as pessoas presentes terão a oportunidade de participar de oficinas de Capoeira Angola Inclusiva, dentro da Esporte Terapia, quando os instrutores vão mostrar como as rodas de capoeira são realizadas com as crianças e adolescentes atendidos pela instituição. Atualmente são quase 500, sendo que cerca de 300 participam das atividades esportivas adaptadas. Todos são deficientes físicos, sendo que a maioria possui paralisia cerebral.

Um dos instrutores da Esporte Terapia da AMR, Bruno Gomes, faz parte do Grupo Iuna, e foi quem trouxe o evento para a AMR. “Trabalho a Capoeira Angola com as crianças da instituição desde 2014, quando entrei para a equipe de professores. Por ser mais lenta, com movimentos mais no chão, ela possibilita desenvolver diversas atividades com as nossas crianças, estimulando a flexibilidade e a coordenação motora. Há um mês estamos nos preparando para receber participantes do Encontro”, explicou Bruno.

O instrutor reitera que a Capoeira Angola surgiu como uma luta de resistência, na época da escravidão no Brasil, a favor daqueles que eram oprimidos, acolhendo essas pessoas. “Ela não exige performance, e sim respeito e companheirismo, respeitando as diferenças, por isso se encaixou perfeitamente ao que desenvolvemos com os atendidos da AMR”, completou Bruno.

Programação

No primeiro dia, 18 de setembro, além da oficina inclusiva de capoeira, com Roda para pessoas com deficiência na Associação Mineira de Reabilitação (AMR), partir das 18h, acontecerá também uma Roda de abertura, no Largo do Centro Cultural UFMG.

As discussões começam na quinta-feira, 19 de setembro, a partir das 9h, com o tema: Decolonizando o saber por meio da capoeira angola, “As histórias do povo negro que não foram contadas”. Essa conversa destina-se também a estimular o reconhecimento dos saberes dos mestres e mestras de capoeira e sensibilizar jovens e crianças para essa importante manifestação cultural afro-brasileira. Logo após, haverá várias oficinas nas galerias do IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), com vários mestres(as) que são referência em todo o Brasil, finalizando com roda de capoeira.

Na sexta-feira, 20 de setembro, a partir das 9h também no IPHAN acontecerá o seminário com a mesa de discussão: “ ‘Jogo de dentro’ 'Jogo de fora’ a capoeira e as políticas públicas”. O intuito é discutir a importância das políticas públicas na capoeira angola atualmente. Na parte da tarde, novamente oficinas e rodas com os mestres(as) de capoeira de Belo Horizonte e vários estados do Brasil. Às 18h, teremos a exibição do documentário “Mestre pastinha, rei da capoeira”, direção de Carolina Canguçu. Em seguida as 19h, roda de capoeira com o(a)s mestres(as) reunidos.

No sábado, dia 21 de setembro, tem a Festa do Encontro, na Av. Jequitinhonha, 1060, próximo à sede do Grupo Iuna, no Saudade/Alto Vera Cruz/Vera Cruz. E no domingo, 22 de setembro, o fechamento será na Universidade Federal de Ouro Preto com oficinas e roda de capoeira. O projeto de 2019 é realizado com recursos da Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Belo Horizonte.

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